sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O PROBLEMA DAS DROGAS E IDÉIAS PARA SUA SOLUÇÃO.


O PROBLEMA DAS DROGAS E IDÉIAS PARA SUA SOLUÇÃO.
A meu ver, o maior problema atual da Terra é a degradação ambiental, principalmente a climática que, não por acaso, envolve diretamente o maior negócio que existe, o dos combustíveis fósseis, em particular, o petróleo e o carvão mineral.
O segundo maior problema da humanidade, penso ser o do uso das drogas envolvendo, ainda uma vez não por mera coincidência, a segunda maior movimentação de dinheiro no mundo.
Ao escrever sobre qualquer assunto nos artigos deste livro, procuro sempre justificar minha decisão de fazê-lo, em geral pela referência à minha experiência a respeito, adquirida ao longo da vida. Neste caso, no entanto, não posso senão dizer que, mesmo sem nenhum trato ou contacto anterior com substâncias alucinógenas, me preocupo tanto com as drogas, que não posso deixar de escrever sobre elas, na esperança de que minhas idéias possam, mesmo minimamente, contribuir para a redução dos dantescos e enormes efeitos nocivos de seu uso.
A mídia tem dado constante destaque à violência reinante nas grandes cidades brasileiras, em particular o Rio de Janeiro, onde quase diariamente registram-se confrontos com armas de fogo em mãos de criminosos, inclusive fuzis de grande alcance, granadas de mão e metralhadoras. Esses trágicos confrontos armados se dão principalmente entre facções de traficantes de drogas pelo controle de pontos de venda e entre elas e as polícias militar e civil estaduais e até envolvendo, às vezes, forças armadas federais.
Esses conflitos duram em muitos casos horas seguidas, em diferentes bairros, tendo já causado enormes perdas humanas, materiais e econômicas à cidade, com numerosos mortos e feridos graves, inclusive inocentes vítimas de balas perdidas, levando o pânico e o desespero a milhares de moradores, transeuntes e ocupantes de veículos retidos nas áreas envolvidas, onde a retenção do tráfego atinge muitas vezes grandes proporções, com todos os reflexos negativos e enormes prejuízos daí decorrentes.
Repare bem que não é fácil resolver um problema de tão grandes e graves proporções. No entanto julgo que somente poderemos ser eficazes ao enfrentar o uso e o tráfico de drogas, se simultaneamente e com igual prioridade, efetuarmos com total firmeza, amplitude e intensidade, cinco tipos de ação:
1) Globalizar, articular. A questão das drogas é, incontestável e fortemente, de natureza global. Por isso, tudo que se fizer no mundo para sua solução tem de provir de articulação entre todas as nações que resulte em decisões, preparação e atuação conjuntas e sinérgicas, sem o quê não terá eficácia efetiva. Para tanto, é de fundamental importância a participação da ONU, Governos Nacionais e Organizações Não Governamentais (ONGs) pertinentes, e a intensa e exaustiva comunicação e discussão entre todos, até o encontro do consenso a respeito de cada passo a ser dado.
2) Educar, alertar. O aspecto da prevenção contra o uso das drogas é objeto deste tipo de ação, não menos importante do que qualquer outro, e se volta principalmente para as crianças e adolescentes. A educação dos jovens no mundo de hoje não pode, em absoluto, deixar de ter, como relevante capítulo, o alerta para o perigo das drogas. É imprescindível que os jovens aprendam tudo a respeito das drogas, recebendo a mais completa informação sobre elas, incluindo sua natureza, características, apresentação, ocorrência, fontes de produção e obtenção ou aquisição, artifícios e meios de envolvimento visando à habitualidade do seu uso, modalidades da oferta ou mistura com outros produtos, efeitos de cada uma das substâncias alucinógenas ou tipo de droga em função da quantidade ingerida ou introduzida no organismo por cada um dos meios, inclusive disfarçados, utilizados para a sua administração, efeito do tempo de uso continuado, enfim, abrangendo totalmente o que puder ser ensinado para que a população infantil e juvenil de cada País saiba perfeitamente o quê tem pela frente quanto às drogas e esteja suficientemente alertada sobre o perigo que corre. Isso implica em ação coordenada em todo o mundo entre o sistema escolar, a mídia, os pais ou responsáveis e todo e qualquer outro agente educador, inclusive do mundo virtual.
3) Descriminar, regulamentar. A criminação, progressivamente adotada por quase todos os paises nas últimas décadas, não impediu que, tanto os tipos e variedades das drogas, quanto o número de usuários em proporção da população, aumentassem continuamente até hoje. Mas é absolutamente certo que, caso ela não existisse, o preço de qualquer das drogas em uso seria muito mais baixo, quebrando a espinha dorsal do tráfico nacional e principalmente internacional e deitando por terra as enormes somas despendidas no seu combate pela maioria dos governos do planeta. A descriminação, par e passo com uma cuidadosa e eficiente regulamentação da produção, tributação, comercialização e uso de cada uma das substâncias alucinógenas existentes ou que venham a surgir, significará uma enorme queda e importante transferência dos gigantescos recursos humanos e financeiros vinculados, boa parte dos quais seria convertida em impostos e outras formas de renda trazidos da ilegalidade para o benefício da comunidade mundial.
4) Estigmatizar, identificar. Este tipo de ação nos reporta à relação causa e efeito. Estigmatizar o usuário que paga pela droga é fundamental e imprescindível para o combate do seu uso, por ser ele o primeiro e maior causador do problema. Parece-me que seria de crucial importância identificar e apresentar cada comprador-usuário como um pernicioso membro da sociedade, alheio e indiferente aos terríveis malefícios das drogas a ele mesmo e a todo o tecido social e como o maior responsável por todas as desgraças delas decorrentes. Intensas, extensas e contínuas campanhas neste sentido pela mídia e nas comunidades em todo o mundo, insistindo sempre na identificação dos usuários compradores de drogas como os maiores causadores do problema decorrente, resultarão em redução da procura pelos alucinógenos, em toda parte, pois cada usuário, inclusive os relativamente poucos tornados dependentes com o tempo, se sentirá culpado e visto por todos nós como uma erva daninha no ambiente social.
5) Fiscalizar, controlar. Dado que sempre haverá quem faça uso de alucinógenos, prática adotada há milênios entre as pessoas, um cuidadoso, detalhado e capilar planejamento de atividades e mobilização suficiente de recursos financeiros, materiais e humanos terão de ser permanentemente desenvolvidos e utilizados na fiscalização e controle das drogas, desde a produção até o consumo final, pelos Governos em todas as suas instâncias e também por entidades por eles delegadas para esse fim. Este tipo de ação certamente consumirá não mais do que uma pequena parte da fabulosa economia e disponibilidade financeira resultante da adoção das demais ações acima descritas.
Acredito que somente quando adotadas todas essas ações em conjunto e mundialmente, será possível reduzir as imensas proporções do problema das drogas até torná-lo, como se fosse num sonho, algo aceitável entre todos nós, com baixos níveis de violência, consumo, tráfico, dependência e outras trágicas faces desta grave e gigantesca questão.

O QUÊ FESTEJAR NO FINAL DE ANO?


O QUÊ FESTEJAR NO FINAL DE ANO?
É muito bom festejar. Mas, sem dúvida, é preciso que se tenha motivo ou motivos para tal. Repare bem que todo mundo festeja o final do ano e quase ninguém reflete sobre os verdadeiros fundamentos desses festejos.
Normalmente essas comemorações ocorrem no Natal e no Ano Novo, uma vez que o Dia dos três Reis Magos, aos 06 de janeiro, antes também festejado, há muitos anos deixou de ser feriado nacional no Brasil.
Quanto ao Natal, julgo que se reveste de grande importância, a oportunidade que esta comemoração nos dá, de anualmente reunir familiares e amigos para um congraçamento e renovação das emoções e sentimentos afetivos mútuos, além de ensejar a solução e superação de eventuais desavenças anteriores.
Vale também, o Natal, como uma interessante ocasião para a prática da fé religiosa dos cristãos, em particular na entrega de presentes, principalmente às crianças, e no advento do espírito natalino, que exacerba a fraternidade, a solidariedade e a paz entre as pessoas.
Mas nenhum desses aspectos chega a se constituir em real motivo para festejos, e muito menos para os excessos praticados comumente nesta comemoração, principalmente na ingestão de comidas e, sobretudo, de bebidas alcoólicas, com todas as conhecidas conseqüências negativas desses mesmos excessos.
No que se refere ao Ano Novo, notei em certo momento de minha vida que, por ocasião dos "reveillons" de que participei, sentia-me deslocado por não partilhar de toda a efusão e entusiasmo das pessoas presentes na passagem de ano. – "Afinal, - refleti - porquê toda esta alegria?". A reflexão é a seguinte: Se o ano que termina foi bom, tudo bem, mas não é o caso de se festejar algo bom que acabou. Se foi ruim, muito menos é o caso de festejos. E quanto ao ano que está começando, não podemos saber, de antemão, se devemos ou não festejá-lo.
Por esta razão, eu me sentia como um peixe fora d’água, ou como um sapo no aquário, no meio de todas aquelas pessoas desvairadas de exaltação e alegria durante a passagem de ano, em geral à custa de altas doses de estimulantes alcoólicos ou não.
No entanto julgo que a passagem de ano é muito importante para que possamos fazer, isolada ou coletivamente, uma cuidadosa análise de nossa vida durante o ano findo, de modo a corrigirmos idéias e rumos, planejando, para o Ano Novo, algo melhor para nós mesmos, para todos com quem nos relacionamos e principalmente para toda a humanidade, pois isso é sempre possível, a partir da ação positiva de cada um de nós.

A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO EM NOSSA VIDA


A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO EM NOSSA VIDA.
Repare bem que é sabido que as empresas, negócios ou empreendimentos só sobrevivem, progridem e se tornam grandes enquanto bem administrados. O mesmo ocorre conosco, em nossas vidas. Somente progrediremos e nos tornaremos vitoriosos na medida em que soubermos administrar nossa existência de maneira eficaz e eficiente.
Como metodologia para re. etir sobre esta questão vou considerar a vida de cada um de nós, como se ela fosse uma organização que nós temos obrigatoriamente que administrar, posto que temos a contingência de vivê-la.
Para isso, usarei a experiência que acumulei durante treze anos como Diretor e Presidente de três empresas do setor elétrico brasileiro.
A principal condição para uma boa administração é a motivação.
Devemos nos manter motivados para a vida e transmitir essa motivação para as pessoas com quem tratamos. Para tanto, temos de estabelecer nossas política e estratégia de ação, manter sempre bem definidos nossos objetivos e metas, planejando a forma, os meios e os prazos para alcançá-los, passando desde logo a agir nesse sentido, com entusiasmo e confiança, que se irradiarão para o ambiente em que estivermos inseridos. Assim também ocorre com as empresas, que devem manter bem definidos suas políticas e estratégias, seus objetivos, planos e metas e os recursos e meios necessários, planejando e executando suas atividades e onde os empregados atuarão melhor, quando motivados pelo engajamento nos esforços para que as metas empresariais, que precisam ser a eles permanentemente informadas, sejam atingidas.
Outra condição da boa administração é a organização. Precisamos nos organizar, programando nossas atividades no tempo, definindo os diversos aspectos e formas de nossas ações, reunindo os meios, condições e pessoas para permitir obtermos os resultados desejados, acompanhando e avaliando continuamente o que estamos fazendo ou o que está sendo feito em benefício dos nossos objetivos e corrigindo o que for necessário, como ocorre com as empresas, onde a boa organização é condição essencial para seu sucesso.
É muito importante também que nos mantenhamos informados sobre tudo em nosso ambiente e em nossa volta, em particular para as oportunidades que possamos aproveitar em benefício de nossos planos e objetivos, mantendo-nos sempre obedientes aos princípios, normas, leis e regulamentações que devem reger nossas vidas e nossa ação na sociedade e em nosso ambiente. Desta forma evitaremos dificuldades e retardos na conquista de nossas metas pessoais, exatamente como ocorre com as empresas, que precisam agir de acordo com as exigências legais e regulamentares, sob pena de prejuízos posteriores.
No sentido prático, cabe a cada um de nós considerar os três aspectos básicos da administração de nossas vidas, a saber:
Trabalho, lazer e necessidades vitais. Para cada um destes aspectos deveremos aplicar as idéias acima, procurando não perder de vista nossas características de personalidade e preferências pessoais, de modo a decidirmos sempre da melhor forma em benéfico de nossa satisfação, bem estar e mesmo da nossa felicidade.
É muito importante ainda que nunca percamos de vista nossos desejos e objetivos pessoais, procurando verificar, permanentemente, se aquilo que estamos fazendo ou iremos fazer em seguida está de acordo com esses objetivos e vem em proveito de sua realização, para que, quando tal condição não se verifique, possamos imediatamente passar a considerar as mudanças que possamos planejar e executar em nossa vida, para que tudo que nós fizermos seja compatível com nossas aspirações e metas individuais.
Um aspecto que não podemos nunca perder de vista é o da prevalência do tempo em nossa vida. Ele é o principal recurso que temos ao nosso dispor e é o único absolutamente irrecuperável. Todo o tempo perdido, seja a que título for, nunca mais poderá ser compensado.
Podemos recuperar a saúde, dinheiro, amor, amizades, bens e objetos de toda ordem, enfim tudo pode ser recuperado, menos o tempo. Quando decidimos acelerar algo para recuperar o tempo perdido, mesmo que o façamos incorremos em equívoco, pois podíamos tê-lo feito durante o tempo perdido, portanto antes, não havendo, mesmo com a aceleração que levamos a efeito, qualquer recuperação do tempo que se perdeu.
Outro aspecto da maior importância na vida é o bom senso e, em particular, o nosso senso da realidade. Por melhor que seja a nossa percepção e maior o nível de nossos conhecimentos, jamais poderemos ter pleno e exato senso da realidade, pois é impossível ter absoluta isenção diante das constantes e numerosas influências que sofremos, internas e externas, ao longo da vida, assim como não nos é possível jamais ter completa consciência de tudo aquilo que nos cerca. Mas nós podemos, procurando sempre preservar o bom senso, conseguir atingir e manter um relativamente alto senso da realidade, o que é importantíssimo para que tenhamos bons resultados em tudo que fizermos.
E assim, bem administrando nossa vida, poderemos melhor e mais facilmente vivê-la, sempre com ânimo, garra, alegria e satisfação, curtindo nossos sonhos, avaliando com coerência a possibilidade de convertê-los em realidade, logrando fazê-lo sempre que possível, graças à nossa permanente motivação para viver e ser feliz, pois foi para isso que todos nós nascemos.

ADEQUAÇÃO NO DAR OU RECEBER COM OU SEM PEDIDO ANTERIOR


ADEQUAÇÃO NO DAR OU RECEBER COM OU SEM PEDIDO ANTERIOR.
Um dos aspectos importantes da educação social, particularmente no que se refere à convivência e relacionamento com as pessoas, sem dúvida é o aprender a pedir, dar e receber equadamente.
Como sugere o cabeçalho deste texto, normalmente nós gostamos de receber. Às vezes pedimos algo. Mas muitas vezes não gostamos do que recebemos, mesmo quando nos tenha sido entregue de bom grado. Muitas vezes não somos atendidos em nossos pedidos, mesmo que a parte licitada deseje nos atender. Como adequar todas as situações a respeito desses assuntos?
Vamos refletir um pouco sobre isso? Repare bem que seria difícil dizer se, em sua maioria, as coisas dadas no mundo o são a pedido ou espontaneamente ou, em outras palavras, se as pessoas ao darem algo, predominantemente estão atendendo a alguém ou não.
Admitindo a primeira hipótese, isto é, a de que as pessoas recebem mais em resultado do que pedem do que por livre decisão de quem dá, não podemos nos esquecer dos incontáveis pedidos não atendidos...
E, a esse respeito, vale mencionar que, a meu ver, nunca devemos esperar nada de ninguém conforme demonstrado a seguir.
Se uma pessoa não tem uma perna e alguém lhe pede para sair correndo, é fácil antever que seu pedido não será atendido, mesmo que a pessoa solicitada queira. Mas nós não podemos saber o que vai no coração ou o que povoa a mente das pessoas. Não nos é dado conhecer quais os limites ou as possibilidades que cada um tem ou pensa ter.
Assim, toda vez que não tivermos certeza de que nosso pedido poderá ser atendido, devemos evitar fazê-lo ou, caso inevitável, ao pedir, nunca devemos contar com o atendimento do que pedimos, pois, caso contrário, correremos o risco de quando não atendidos, sofrermos inutilmente o desgaste e a frustração daí decorrentes e, o que é muito pior, causarmos também a frustração da pessoa a quem pedimos, o que ocorrerá sempre que ela for ou se sentir incapaz de nos atender, mesmo que queira ou quisesse...
Admitindo, por outro lado, a segunda hipótese acima citada, ou seja, a de que, na maioria das vezes, as coisas são dadas de uma pessoa a outra neste planeta espontaneamente, logo nos lembramos de quantos presentes já demos e recebemos em nossas vidas. Mas é certo que inúmeras vezes temos recebido presentes de que não gostamos. E certamente já demos muitos presentes de que não gostaram...
E isso é muito lamentável, dado que, na quase totalidade dos casos, o presentear é um ato de boa fé... Como então evitar ou tornar menos provável o presente mal recebido?
A palavra presente pode significar gerúndio verbal, aquele ou aquilo que se encontra ali ou se manifesta, o momento ou tempo atual. Mas o sentido em que nos estamos detendo é o de coisa dada espontaneamente, para agradar, retribuir ou servir de lembrança.
São três as principais características de qualquer presente:
1) O motivo de sua oferta.
2) O seu valor.
3) A sua utilidade.
1) Quem oferece um presente tem sempre um motivo real para fazê-lo, que pode ser declarado, falseado ou omitido. O ideal é que o recebedor conheça ou procure conhecer o verdadeiro motivo do presenteador, para que ele nem se engane, nem seja enganado a respeito...
2) Todo presente tem um valor material, conhecido ou possível de conhecer, que é sempre o mesmo, mas que pode ser considerado alto ou maior, ou baixo ou menor. É o valor que foi pago ou gasto por quem o oferece. Mas o valor mais importante de um presente é o imaterial, aquele subjetivamente atribuído, individual e separadamente, tanto por quem o oferece, quanto por quem o recebe, e será também alto ou baixo, maior ou menor, tendo sempre, o mesmo presente, um valor imaterial diferente para cada indivíduo. O ideal é que qualquer presente tenha sempre o mais alto valor imaterial, tanto para o doador quanto para o destinatário.
3) A utilidade é a característica mais fundamental para assegurar que um presente seja bem recebido pela pessoa agraciada. Uma das piores coisas que podem acontecer é recebermos um presente que nos foi dado com a melhor das intenções e não termos como fazer uso dele, mesmo querendo. Uma flor ou um poema são úteis em si mesmos, mas um sapato apertado não pode mesmo ser usado por nós... O ideal é que todo presente seja útil a quem o recebe.
Ao presentearmos alguém, precisamos nos preocupar em:
1º) Deixar claro o verdadeiro motivo por que o fazemos;
2º) Que este presente tenha, para nós, grande valor imaterial;
3º) Estejamos convencidos de que ele será útil ao recebedor.
Desta forma, tudo faz crer que nosso presente será bem recebido, independentemente do seu maior ou menor valor material...
Nesta questão do que se pede ou não, do que se recebe ou não, há um aspecto muito relevante, que é o dos pedidos feitos a Deus.
Devemos pedir a Ele qualquer coisa? Para quem? Devemos esperar ser atendidos ou não? Devemos aceitar de bom grado se não formos atendidos por Ele? Devemos fazer promessas para podermos ser atendidos? Pagá-las antes ou depois de alcançar a graça?
Como primeiro ponto, penso que se realmente cremos em Deus, não temos como fazer qualquer reparo a tudo que Ele fizer acontecer ou não. Aceitar totalmente a Sua vontade é decorrência natural e direta da nossa absoluta convicção de que Ele é justo e misericordioso, onisciente, onipresente e onipotente.
Julgo ser importante estar sempre com nossa consciência tranqüila perante Ele, para que possamos nos sentir confiantes quanto ao futuro. Para isso, nossa conduta e, sobretudo, nosso propósito, têm de estar de acordo com o que entendemos ser a Sua vontade para conosco.
Assim, conhecendo-nos e estando em paz com Ele, podemos pedir-Lhe tudo o que quisermos em favor de qualquer pessoa, ou de toda a humanidade, com ou sem promessas para reforçar nossos pedidos, pagando-as antecipadamente ou não, tendo sempre em mente que nossos pedidos serão ou não atendidos segundo os Seus desígnios.
Porém, a meu ver devemos evitar pedir a Deus qualquer coisa para nós mesmos, a não ser e exclusivamente que Ele nos ajude a aceitar a Sua vontade para conosco, caso isso nos pareça difícil demais. Por quê? Passo a explicar:
Já estive três vezes internado em Centros de Tratamento Intensivo (CTI) de Hospitais, correndo risco de morrer e notei depois que, apesar de ter natural amor pela vida, ser católico e rezar todo dia, não me ocorreu, nas três ocasiões, pedir a Deus pela minha vida.
Notei também que, em minhas orações, nunca peço para mim mesmo. Peço para meus parentes mais próximos, para alguém em particular em ocasiões graves, e sempre por toda a humanidade, porque creio na força das preces coletivas, como modo de fazer valer o poder do pensamento.
Por outro lado, de tudo que quero para mim Ele sabe, portanto não preciso lembrar-Lhe. Cada uma das coisas que eu quero para mim é do Seu conhecimento, e eu a terei, ou não, segundo o meu merecimento e a Sua vontade, logo, não cabe qualquer pedido a Ele para mim mesmo, a não ser, caso isso venha um dia a acontecer, para que Ele me ajude a aceitar a Sua vontade com relação a mim, se isso me parecer, um dia, difícil de suportar.
Aliás, a bem da verdade, fiz durante alguns anos de minha vida um único pedido para mim a Deus: Que Ele me indicasse, através de sinais que eu pudesse perceber, com qual dentre as minhas namoradas na época, eu deveria me casar. Isto felizmente ocorreu, a meu juízo, o que se constituiu numa das condições quando tomei essa decisão.
Ao longo dos oito anos de namoro com minha mulher, creio haver recebido três sinais claros de Deus para que me casasse com ela.
Sempre pensei que só se deve ter um único casamento com prole durante nossa existência. Acho que só cabe um segundo matrimônio caso todos os filhos do primeiro já estejam criados e independentes, havendo ainda tempo de criar a segunda prole antes da nossa velhice.
Tinha consciência de que nunca me casaria por interesse ou conveniência, sob qualquer tipo de pressão, por sentimento de culpa ou solidão, como reparação ou compensação de algum erro ou desilusão, para ser solidário ou bondoso ou manter alguém a meu lado, ou por amor exclusivamente.
Meu casamento somente poderia ocorrer quando, além de sentir e acreditar que existia amor entre mim e minha mulher, eu tivesse convicção de que devia me casar com ela.
Por outro lado, sempre considerei o casamento a mais difícil, séria e longa decisão de minha vida, por ser a única da qual dependeria diretamente o nascimento e a vida de seres humanos, como também a única cujo sucesso não dependeria principalmente de mim e sim intrínseca e igualmente também de outra pessoa e só poderia ser totalmente obtido após o descendente mais jovem estar completamente educado, isto é, plenamente preparado para viver por conta própria, o que demanda, em média, cerca de vinte anos.
Assim, resolvi pedir a ajuda de Deus, por me reconhecer incapaz de, sem ela, ter confiança no futuro de meu casamento.
Espero que as idéias acima, caso você concorde com elas e as venha a adotar, possam ser úteis em sua vida, permitindo-lhe evitar muitos problemas e frustrações a si e aos outros e melhor lidar com Deus e com as questões relacionadas com as coisas que damos ou recebemos, com ou sem pedido anterior.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO E DIREÇÃO MAIS SEGURA.
Podemos afirmar, com convicção, que adquirir e manter bons hábitos e uma boa educação ao volante, constituem fatores relevantes para prevenir acidentes e dirigir com maior segurança.
Repare bem que, em nosso País, as estatísticas, desde há décadas, mostram dezenas de milhares de vidas humanas perdidas, todo ano, no trânsito.
Como você pode dirigir evitando isso? As idéias e considerações a seguir pretendem contribuir nesse sentido.
Em mais de cinqüenta anos como motorista, graças a Deus, nunca fui envolvido em nenhum acidente. Mas, ao longo desse tempo, dirigindo quase todos os dias em cidades e estradas atravessando, ao volante, muitas centenas de milhares de quilômetros por várias regiões brasileiras e também em vários outros paises, observei que, aos poucos, fui adquirindo, automaticamente, certos procedimentos pessoais que se converteram em regras permanentes ao volante.
Sem dúvida todas as recomendações, leis e regulamentos de segurança no trânsito devem ser consideradas e seguidas por todos nós, principalmente as que proíbem estarmos ao volante após a ingestão de bebidas alcoólicas ou quaisquer substâncias incompatíveis com o ato de dirigir veículos.
As regras que irei mencionar são aquelas que minha experiência pessoal acumulou. São sete regras nas estradas e sete nas cidades, a saber:
NAS ESTRADAS:
1) Revisão prévia do veículo e inspeção do mesmo a cada, no máximo, oito horas de viagem.
– Antes de qualquer viagem, é fundamental fazer uma revisão no veículo, verificando os principais itens do seu funcionamento e operação, corrigindo o que for necessário. A cada seis a oito horas de viagem, de preferência por ocasião do reabastecimento, verificar os níveis dos fluidos, faróis e demais lâmpadas, calibrar os pneus e inspecionar o veículo cuidadosamente, para detectar qualquer alteração nas condições adequadas do mesmo, corrigindo-as quando necessário.
2) Definição prévia da velocidade durante a viagem.
– Por ocasião do início de cada viagem, é de suma importância escolher a velocidade que você manterá até o local de destino.
A partir de um rápido planejamento, considerando a distância a percorrer, o tempo e a velocidade, você de. nirá esta última. E uma vez definida, em nenhuma hipótese você ultrapassará esta velocidade, até o final da viagem. Mesmo que um outro veículo, em dado momento, passe a trafegar na mesma velocidade, que é a sua e ele não sabe, para não ter de ultrapassá-la, pare ou reduza para que ele se afaste.
3) Velocidade sempre diretamente proporcional ao campo de visão da estrada.
– Durante o percurso da estrada é essencial manter, automaticamente, uma relação entre o campo de visão e a velocidade do veículo. A cada curva ou lombada você deve, automaticamente, reduzir a velocidade à medida de sua aproximação.
Sempre que, por qualquer motivo, o trecho visível da estrada, à frente, for reduzido, você precisa reduzir, na mesma proporção, sua velocidade.
4) Restrição do uso do pedal de freio.
– Ao dirigir numa estrada, desde que não esburacada, o cálculo correto e tempestivo da necessidade de variar a velocidade e o uso do freio-motor, trarão como conseqüência a redução do uso do pedal de freio, que praticamente só deve ser acionado em caso de imprevistos. Numa estrada razoavelmente bem mantida, o pequeno uso do pedal de freio é um ótimo indicador da qualidade de sua direção.
5) Redução da velocidade em áreas habitadas ou aglomerações.
– Todas as vezes que você se aproximar de áreas habitadas, mesmo que seja um pequeno povoado, ou toda vez que surjam aglomerações de pessoas ou animais, a velocidade deve ser reduzida pelo menos à metade e assim ser mantida até que essa região seja ultrapassada.
6) Não forçar, nem você nem o veículo.
– Nas viagens, em geral, dirigimos por várias horas seguidas. Nunca se mantenha na direção com sono ou muito cansado. Pare, descanse por meia hora ou mais e depois prossiga. Em caso de insistir dirigindo com sono ou cansado você pode, inclusive, dormir na direção e, no mesmo instante, começar a sonhar que está exatamente naquele mesmo ponto da estrada guiando e, portanto, não saber que dormiu e acordar com o carro pulando nas pedras fora da estrada, que, no sonho, continuava reta, mas na realidade fazia uma curva, como aconteceu comigo no interior de Goiás, há muitos anos atrás. Se houver um abismo, barreira, outro veículo em sentido contrário e você dormir dirigindo...
Por outro lado, o veículo também não deve ser forçado, para evitar falhas daí decorrentes. Excesso de freadas fortes e repentinas; acelerações bruscas e intensas; curvas ou irregularidades nas pistas percorridas em velocidade excessiva; são exemplos de práticas que precisam ser sempre evitadas em benefício das boas condições operacionais do seu veículo.
7) Acompanhar a sinalização da estrada, utilizar-se dela e respeitá-la.
– A sinalização nas estradas é um importante fator de segurança e um muito útil instrumento de informação e orientação dos motoristas e, como tal, deve ser atentamente acompanha e seguida.
NAS CIDADES:
1) Não correr.
– Em cidade, nunca há grandes distâncias a percorrer, como ocorre nas estradas. Por outro lado, não adianta correr por pequenos trechos das vias urbanas e ter que reduzir ou parar logo adiante. Alem disso, a qualquer momento surge algum imprevisto que não poderia ser evitado em caso de alta velocidade.
2) Manter distância.
– É preciso afastar-se de todo obstáculo ou ameaça de acidente que, com freqüência, existem no
trânsito urbano, como ciclistas, motoqueiros, crianças, idosos, pessoas apressadas ou desatentas, outros veículos, obras, buracos, animais etc., principalmente durante as ultrapassagens.
3) Manter as boas condições de uso do veículo.
– As freqüentes inspeções e a adequada manutenção do veículo são indispensáveis, pois caso contrário, as falhas supervenientes poderão ocasionar acidentes.
4) Atenção e obediência à sinalização.
– Prestar atenção e obedecer à sinalização do trânsito nas cidades é condição de segurança indispensável a qualquer motorista.
5) Cuidado especial ao ultrapassar veículos coletivos parados.
– Toda vez que se ultrapassa um coletivo parado, é importante olhar por baixo da dianteira do mesmo, para certificar-se de que não há algo atravessando a rua.
6) Nunca dirigir com sono ou muito cansado.
– É fora de dúvida que o sono e o cansaço são fatores de alto risco para o exercício da direção de veículos.
7) Usar a buzina.
– Ao dirigir veículos em cidades devemos usar a buzina sempre que necessário, desde que permitida no local e não permaneçamos acionando-a por muito tempo, a cada vez.
Experimente tentar memorizar e adotar as regras acima, automatizando-as toda vez que estiver dirigindo um veículo, e certamente você também completará cinqüenta anos de habilitação como motorista, sem acidentes... Boa sorte!

A IMPORTÂNCIA DO DINHEIRO E COMO EVITAR QUE

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A IMPORTÂNCIA DO DINHEIRO E COMO EVITAR QUE
ELE SEJA UM PROBLEMA.
À vista do diálogo muito provável entre uma criança e sua mãe que reproduzo no cabeçalho deste artigo, não podemos deixar de lembrar da importância e possível problemática do dinheiro em nossa vida.
Repare bem que, quando ainda crianças, uma das primeiras coisas que nós aprendemos é a importância do dinheiro para tudo de que se precisa, para todo mundo. O que varia é a atitude das pessoas diante do dinheiro ao longo da vida. Todos nós, logo de pequenos, entendemos que não se pode deixar de ter dinheiro, para poder viver.
A questão é: Como tê-lo? Como tratar com ele? Como evitar que ele seja algo negativo em nossa vida?
Vamos pensar um pouco a respeito?...
Antes de tudo, desejo lembrar: Desde criança, tratei de economizar, de guardar dinheiro para tê-lo e de tê-lo para poder usá-lo. Aos seis anos de idade, na quarta década do último século, residíamos em Niterói, Rio de Janeiro, a cerca de um quilômetro de distância da estação das barcas, onde ficava o jornaleiro mais próximo. Meu avô, Desembargador no Ceará, vinha passar férias conosco e toda manhã
me dava setecentos réis (antigo plural de real sendo mil réis um cruzeiro e mil cruzeiros um conto de réis) para o bonde e o jornal.
Eu ia e voltava a pé e economizava quatrocentos réis que guardava cuidadosamente. Periodicamente eu ia correndo, pegava o bonde comprava o jornal encomendado ("Correio da Manhã" ou "Jornal do Brasil") e usava o tempo disponível para dar mais um passeio comendo alguma nova guloseima usando uma pequena parte do dinheiro economizado... E assim conheci, antes dos oito anos de idade, todas as linhas de bonde de Niterói, menos "São Gonçalo" e "Saco de São Francisco", mais distantes, para não perder a hora de voltar com o jornal e para que vovô não desconfiasse... Pouco depois que completei dez anos, meu pai transferiu residência para Recife, e
eu ainda tinha parte daquele dinheiro guardado dentro de uma manilha enterrada no quintal de casa e tive, com grande sofrimento, de deixá-lo em Niterói, porque imaginava que uma vez descoberto, meus pais não acreditariam, quando eu dissesse como o havia obtido, mesmo porque fazia mais de dois anos que o vovô não vinha a Niterói... Então, para se ter dinheiro, é preciso, antes de tudo, guardá-lo.
Quando recebemos uma fração de todo o dinheiro circulante no mundo ainda não o temos, senão quando o pomos no bolso, isto é, quando o guardamos de algum modo. Outra coisa: Sempre é possível economizar; basta refletir que alguém ganha menos que você, logo, você poderia ter ganhado menos... Mas para economizar é preciso, antes, obter o dinheiro... E para se obtê-lo? O normal é tratar de ganhá-lo. Mas rapidamente todos nós percebemos que não é fácil ganhar dinheiro. E é exatamente diante da enorme dificuldade que a quase totalidade das pessoas encontra para ganhar dinheiro, que surgem as várias atitudes a respeito.
O ideal seria que todos nós decidíssemos lutar, trabalhar, perseverar, nos esforçar até o limite, enfim, tudo fazer para ganhar o dinheiro necessário.
Mas não é isso que ocorre. Muitas vezes chega-se à conclusão, sempre equivocada a meu ver, de que isso é impossível. E se parte então para outras atitudes: Já que não se pode ganhar, vamos tratar de tomar ou de não ter ou de aparentar que se tem ou de ter mais.
A atitude de resolver tomar dinheiro leva certas pessoas a direcionar as suas vidas de modo a que parte do dinheiro pertencente a outros lhe seja transferida, e para isso utilizam-se das mais variadas formas, desde o simples e direto roubo, até outras mais sutis ou elaboradas como corrupção, fraudes, falsificações, artifícios ilegais ou desonestos de todo tipo, golpes do baú, contos do vigário, traições e engodos das mais criativas e variadas formas, etc., de modo a realizar seu intento. E muitos logram conseguir, tanto que é imensa a movimentação de dinheiro por meios ilegais. No ano de 2004 (*), na abertura do Encontro Internacional de Combate à Lavagem de Dinheiro e de Recuperação de Ativos, realizado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, o Sr. Giovanni Quaglia, representante do Escritório das Nações Unidas Contra Drogas e Crime para o Brasil e Cone Sul, deu conta de que o crime organizado movimenta cerca de dois trilhões de dólares por ano no mundo, o equivalente quatro por cento do Produto Interno Bruto Internacional!
Mas acontece que ninguém quer que seu dinheiro seja tomado e tende a ocorrer reação. E essa reação assume proporções gigantescas, pois é função do extraordinariamente elevado grau de opções das pessoas por tomar dinheiro em vez de ganhá-lo. E essa reação toma a forma de vasta legislação penal, enormes contingentes policiais e mesmo militares, todo o sistema judiciário e carcerário, e seus efeitos diretos: acusações, detenções, vinganças, condenações, perseguições, violências, prisões por longo tempo, pichamento, preconceito e reprovação social e familiar...
Por isso a muitos indivíduos sem formação moral falta coragem para adotar ou insistir nessa alternativa de se obter dinheiro...
Quando se chega à conclusão de que nos falta aptidão para ganhar e, por razões morais ou falta de coragem, não podemos tomar, somente nos resta não ter ou aparentar que se tem dinheiro.
Não ter dinheiro suficiente, a seu próprio juízo, é a contingência em que se sentem muitas pessoas que se manifestam revoltadas contra tudo e contra todos, vivem reclamando contra a situação, contra o Governo, contra os comerciantes, empresários, poderosos de qualquer tipo, acham que toda fortuna somente pode decorrer de falta de honestidade, que a burguesia é "podre", que a humanidade não presta, etc., etc. Enfim, são os eternos insatisfeitos com a situação, qualquer que seja ela, tão conhecidos de todos nós...
Aparentar que se tem é outra atitude que está presente quando a pessoa conclui pela própria impossibilidade de ganhar ou tomar o dinheiro que julga necessário. Em geral o principal efeito nesses casos é a permanente tentativa de demonstrar ou dar a impressão de que se está em boa situação . nanceira praticando todas as formas possíveis de exibicionismo, o que traz como conseqüência uma progressiva situação de endividamento, da qual a pessoa di. cilmente se desvencilha. São os eternos endividados que todos nós conhecemos...
Ter mais dinheiro é a obsessão mais comum nas pessoas. Dado que não há limite para a quantidade de dinheiro no mundo nem em nossos bolsos, por mais que tenhamos, ganhemos ou tomemos, sempre tendemos a querer mais ainda, inclusive, muitas vezes, em face do permanente medo de vir, de alguma forma, a perder algo do dinheiro ou patrimônio que se tem. E isso é o mais grave. Tendemos a estar ansiados, tensos, estressados, permanentemente atarefados sem maior necessidade, vivendo menos ou até mal a vida, deixando de fazer uso do que dispomos inclusive do próprio dinheiro, tudo
porque temos de ganhar mais dinheiro... Mesmo que não mais tão necessário, e essa é uma atitude que se prolonga indefinidamente...
A propósito, uma vez perguntaram a Confúcio, filósofo chinês que viveu cinco séculos antes de Cristo: "-- O quê o surpreende mais na humanidade?" Ele respondeu: "-- Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para a recuperar. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por não viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido...".
Podemos observar, por tudo que foi exposto acima, que há mesmo uma grande possibilidade de que o dinheiro seja um problema em nossa vida. Como evitar isso?
Primeiro temos que pensar que, por mais que tenhamos, sempre haverá alguém mais rico e vice versa, sempre haverá alguém mais pobre, por menos que tenhamos. Assim, desde que façamos tudo ao nosso alcance para ganhar honestamente nosso dinheiro, sempre economizando ao máximo, sem sacrifício do essencial e do uso adequado do que dispusermos, inclusive para o lazer, chegaremos até onde nossa capacidade e sorte nos permitirem, durante o tempo de vida e de atividade de que dispusermos.
E, finalmente, pensando e agindo assim, o dinheiro nunca terá sido e jamais será problema em nossa vida e, ao atingirmos a idade madura, estaremos tranqüilos, pois
satisfeitos com aquilo que tivermos podido obter e certamente com a reserva que houvermos economizado....

A MELHOR MANEIRA DE SE DORMIR SEMPRE BEM

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A MELHOR MANEIRA DE SE DORMIR SEMPRE BEM
Quando menino, muitas vezes eu dormia mais de seis horas durante a noite e acordava pela manhã com o corpo dolorido, os olhos ardendo...
Repare bem que não são poucas, as vezes em que as pessoas dormem bastante tempo e não dormem bem. Acordam como se estivessem cansadas sem nenhum motivo aparente. Isto aconteceu também comigo, até um dia em que resolvi este problema definitivamente,
mais ou menos aos quinze anos de idade. Como? Vou contar.
Em nossa casa, éramos sete irmãos, sendo quatro homens, em cujo quarto havia uma cama beliche e mais duas camas, dispostas ao longo de três das quatro paredes ali existentes. Naquela época, eu dormia a noite toda sem interrupção, mas notei que em certas camas acordava bem e em outras não. As brigas para ocupar uma ou outra das camas, fizeram com que papai definisse que cama "não tinha dono" e quem chegasse primeiro escolhia onde dormir. Até andei trocando colchões, travesseiros, lençóis, e nada. Eu não entendia, porque mesmo dormindo pouco, acordava descansado umas vezes,
enquanto noutras, mesmo dormindo muito, acordava "moído" sem qualquer razão, como imagino que deve acontecer também com o leitor. Isso era terrível.
Um belo dia, lendo um livro de Karl May sob título "Através do Deserto", cujas cenas se passavam no oriente, tomei conhecimento de que, em certas regiões dos países árabes, as pessoas nunca dormem com a cabeça voltada para o sul, por razões religiosas. Ora, é certo que grande parte das práticas religiosas mais antigas fundamenta-se em questões de saúde. Corri para o quarto e conferi: A cama em que eu dormia pior tinha a cabeceira voltada para o sul.
Naquela mesma noite dormi nela com a cabeça na direção invertida.
Acordei bem.
Daí em diante, fiz várias e sucessivas experiências até concluir com certeza que, desde que eu deitasse com a cabeça voltada para o norte, leste ou nordeste, acordaria bem, ocorrendo o contrário caso eu assim não agisse. Nunca mais dormi mal sem motivo. Nunca mais briguei com meus irmãos por causa de cama. Caso necessário era só virar a cabeça para os pés da cama...
É verdade que durante algum tempo, mesmo sem ter qualquer motivo para mudar minha convicção, procurei, até encontrar, a meu juízo, as razões e a lógica envolvidas na questão de dormir com a cabeça voltada para o quadrante norte-leste: A primeira razão creio ser de ordem dinâmica, ligada ao movimento de rotação do nosso planeta, cuja velocidade atinge, no equador, a quase 1.700 quilômetros por hora. A segunda razão penso ser de natureza eletromagnética, decorrente da interação entre os campos magnéticos terrestre e aquele gerado pela atividade elétrica cerebral.
Quando estamos dormindo, sempre que nos movemos, ao nos imobilizarmos novamente, a inércia de nosso corpo, ante a vertiginosa velocidade de rotação do ponto da superfície terrestre em que estamos deitados, como que "empurra" o nosso sangue em direção à cabeça, caso ela esteja voltada para o nascente. Isso diminui o "esforço"
circulatório sanguíneo, para a irrigação do cérebro durante o sono, contribuindo para um despertar sem cansaço. O inverso irá certamente ocorrer se a cabeça estiver voltada para o poente, e a pessoa tenderá a acordar "moída", mesmo dormindo por mais tempo...
Por outro lado, tendo em vista que toda corrente elétrica gera um campo magnético que se opõe à causa que o produziu e considerando o sentido das linhas do fluxo magnético terrestre, fora da crosta, é preciso que se esteja com a cabeça voltada para o norte, quando na posição horizontal, para que as correntes elétricas geradas no cérebro, inclusive para os batimentos cardíacos, exijam menor energia vital, e tenham no campo magnético terrestre um aliado, o que irá resultar num sono mais proveitoso e reparador. Em caso de dormirmos com a cabeça voltada para o sul, o campo magnético terrestre será um opositor da atividade elétrica do nosso cérebro durante o sono, e iremos acordar "cansados", mesmo tendo dormido muito...
Enfim, depois de encontrar, para mim mesmo, as explicações acima e, assim, livrar-me da idéia de estar adotando crendices, durante décadas me senti isolado nessas convicções, até que um amigo, ciente há anos de que eu costumava viajar carregando na mala uma bússola para usar nos quartos dos hotéis na hora de deitar, me brindou
com a página seis da edição número 49 da revista ICARO, da VARIG, de publicação relativamente recente, onde se lê:
"Charles Dickens considerava a bússola indispensável nas viagens: ele só dormia com a cabeça virada para o norte e os pés para o sul, no sentido do magnetismo terrestre. Dickens acreditava que a posição favorecia a circulação do sangue, o fluxo
de energia e o sono. Pode parecer superstição, mas a hipótese foi confirmada por pesquisas do Centro do Sono, em Berkeley, Estados Unidos. Usando uma cama giratória demonstrou-se que, com a cabeça na direção norte, a pressão arterial chega a seu nível mínimo e o sono é mais profundo".
O fato é que, desde minha adolescência, resolvi o problema de dormir muito e acordar parecendo que tinha dormido pouco. E já lá se vai mais de meio século... Porque você não experimenta? Eu, por mim, não quero, nunca mais, dormir muito e acordar cansado, se é tão fácil evitar esse desagradável problema...

COMO CONVIVER SEMPRE BEM COM NOSSA IDADE

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RB-I .1
COMO CONVIVER SEMPRE BEM COM NOSSA IDADE
Repare bem que uma das fontes freqüentes de equívoco
humano é a errada noção da fase da vida que se está atravessando
e, consequentemente, incoerência e con. ito entre a realidade e o
procedimento das pessoas em face da idade que têm.
Pode ser dito que o objetivo da vida é estar feliz o máximo
de tempo possível, pois estar feliz sempre, ou seja, "ser feliz", é
impossível.
E para que se esteja feliz, além de bom estado de saúde, é
necessário estar bem consigo mesmo e com o mundo, o que não é
fácil, mas é possível.
Um dos fatores em favor das pessoas para obterem esta condição
é o natural decurso das diversas e sucessivas etapas da vida de todos
nós.
Todos nós passamos pelas várias fases da vida, a saber: Primeira
e segunda infância, juventude, idade adulta, idade madura e velhice,
desde que atinjamos a chamada "terceira idade".
Cada uma destas seis fases da vida tem suas características
próprias, que precisam ser reconhecidas aceitas e vividas coerente
e naturalmente.
Normalmente, até o início da idade adulta não ocorrem grandes
di. culdades entre o decurso de cada fase da vida e o modo de sentila
e vive-la das pessoas.
--"Estou . cando velha... Preciso fazer
plástica, lipo, silicone, botox..." ( Fulana,
29 anos ).
--"Estou envelhecendo, preciso pintar o
cabelo e o bigode, usar moda e ambientes
jovens, ter garotas novas... " ( Fulano, 39
anos ).
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As di. culdades começam a ocorrer após esses períodos, quando
sobrevém a idéia de que "não se é mais jovem" e isso começa a
ocupar o subconsciente e o inconsciente de cada um de nós.
É relevante notar que isso muitas vezes ocorre quando ainda
não se atingiu sequer a metade de nossa vida provável, dada a atual
expectativa de vida da população, como sugere o cabeçalho deste
texto, que re. ete situações comuns atualmente.
Aliás, ainda a respeito do cabeçalho, ocorre-me fazer uma re-
. exão sobre homens de mais de sessenta anos que procuram relacionamentos
com mulheres de menos de trinta. A meu ver, esses
homens cometem um triplo equívoco:
1) Tendem a pensar que elas gostam mesmo deles, isto é, querem
o seu bem, quando quase sempre querem os "seus bens".
2) Acham que elas são melhores amantes por terem menos idade,
quando cada mulher é sempre melhor parceira sexual após os trinta
anos do que antes.
3) Pensam que vão ter melhor desempenho sexual porque a mulher
é mais moça, o que absolutamente não ocorre, pois certamente
os fatores de atração, aproximação e a. nidade funcionariam muito
melhor com uma mulher com mais dez ou quinze anos de vivência
da própria sexualidade.
Resulta daí a importância do problema, pois muito cedo, o con-
. ito e a incoerência entre o momento vivido e o modo como o sentimos
e vivemos determina a perda da mencionada condição de estarmos
bem conosco e com o mundo e, portanto, de estarmos felizes.
Existe como evitar isso? É claro que sim. As re. exões a seguir
pretendem demonstrá-lo.
À medida que vamos vivendo, inexoravelmente vamos acumulando,
continuamente, informações e conhecimento, e isso somente é
possível com o decorrer do tempo. Esta é uma vantagem da idade.
Somente com o passar do tempo nos é dado adquirir a importantíssima
experiência que nos permita, pela contínua observação
dos fatos, ter cada vez melhor visão da realidade e maior capacidade
de interpretação e julgamento das causas, signi. cados e efeitos de
tudo aquilo que nos cerca e ocorre em nossas vidas. Esta é outra
vantagem da idade.
Com o advento da idade madura, naturalmente, vai se sedi-
mentando na mente de todos nós a noção de um cada vez menor
compromisso com o futuro, uma cada vez menor obrigação de fazer
ou de ter alguma coisa, como riqueza, família a formar e realizar
até a formação dos . lhos, nível e reconhecimento social, etc., permitindo
e determinando uma cada vez menor ansiedade e pressão
interior, o que resulta em maior conforto íntimo, numa vivência mais
leve, mais fácil, mais agradável. Isso somente se torna possível com
a idade, o que é mais uma vantagem que só ela permite.
Ainda mais, para aquelas pessoas que atingem a sexta fase da
vida, ou seja, a chamada terceira idade, o cabedal acumulado durante
décadas, que pode ser maior ou menor, mas que sempre existirá,
em uma ou mais formas, seja material ou . nanceira, intelectual ou
cultural, mental ou espiritual, familiar ou social, se constitui no mais
seguro meio pelo qual é possível chegar-se a um estado de plenitude
pessoal e a uma condição de sabedoria, sem dúvida apanágio dos
idosos, sendo esta a maior vantagem em se envelhecer.
Todas essas vantagens, que somente a idade permite obter, compensam,
a meu ver plenamente, a perda da juventude e as desvantagens
que sobrevêm com o envelhecimento, desde que mental e
. sicamente saudável.
Finalmente, vale lembrar que a velhice não tem hora para
começar, e é preciso vivê-la bem, pois ela pode durar dezenas de
anos, dizem as estatísticas...

A P R E S E N T A Ç Ã O

REPARE BEM... Para você viver mais e melhor é um conjunto
de textos versando sobre questões do dia a dia de todos nós.
A expressão REPARE BEM é o título de um artigo escrito pelo
autor quando ainda estudante, no jornal acadêmico ALICERCE
da Escola de Engenharia de Pernambuco em 1958, feito Anexo 1
deste livro. O artigo tratou do então recente lançamento do Sputnik,
primeiro satélite arti. cial da Terra, tecendo considerações sobre a
situação e política internacional daquele momento e despertou muito
interesse dentre os leitores do citado jornal, além de ser, em certos
aspectos, ainda atual.
A intenção do autor, que já atingiu o que costumamos chamar
de "terceira idade", ao escrever este livro dando a lume suas idéias,
proposições e narrativas é, única e exclusivamente, ser útil aos seus
leitores, principalmente os mais jovens, oferecendo-lhes alternativas
que possam auxiliá-los a melhor conduzir suas próprias vidas.
Sem qualquer pretensão de estar absolutamente certo nas colocações
ou a. rmativas que faz, em geral grifadas, quer o autor estimular
a re. exão das pessoas, sobre assuntos que fazem parte e
estão continuamente presentes na vida de cada um de nós, e que
costumam gerar di. culdades, indecisões, incertezas, perplexidades,
ocorrências danosas, desavenças e até amarguras, que poderiam ser
reduzidas ou evitadas, em caso de trato correto, adequado e e. caz
desses assuntos.
Julga o autor que, ao longo de mais de seis décadas de vida,
acumulou experiência su. ciente para permitir transmiti-la a outrem,
como um legado capaz de conduzir as pessoas a uma vida maior e
melhor.
Os artigos, em número de vinte e cinco, estão divididos em
quatro Capítulos, a saber: Comportamento, Imaterialidade, Sexo e
Testemunho sendo que, em sua maioria, os textos dos dois primeiros
Capítulos foram anteriormente publicados no Jornal Folha Dirigida,
conceituado e tradicional órgão de imprensa da cidade do
Rio de Janeiro, voltado principalmente para a educação, cultura,
trabalho e colocação de mão de obra, assuntos de interesse predominante
entre o público leitor jovem.
Os textos contidos nesta edição, revistos e ampliados, têm um
cabeçalho antes do título, versando sobre o tema a tratar e, em geral,
são compostos em estilo coloquial, visando estimular quem estiver
lendo a pensar sobre sua vida e em como as questões tratadas nos
textos foram e estão sendo experimentadas e conduzidas no seu cotidiano,
de modo a permitir, o que é sempre possível, melhorar e
ampliar as condições de sua vida e o seu próprio modo de viver.
Pensa o autor que o objetivo da nossa vida é, simplesmente, ser
feliz. Mas ser feliz não é nada fácil. Aliás, ser feliz é impossível, pois
signi. caria manter sempre a condição de felicidade em todos os momentos
que vivemos. Mas é possível estar feliz. E o autor pode a. rmar
com total veracidade e fundamento que tem conseguido estar e
se manter feliz por muito tempo ao longo de sua existência, no seu
entender graças, em boa parte, às opções que adotou para conduzir
algumas das questões mais difíceis e complexas da vida, justamente
aquelas abordadas neste livro.
Por isso vem o autor apresentar e propor esta obra, para que
do seu conteúdo seja obtido o melhor resultado possível em
benefício da maior, melhor e mais feliz vida de quem tiver a
oportunidade de lê-la.